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As Doze Características dos Verdadeiros Ulamá – Primeira Característica – Fazáil Sadaqát – Série de Talím – 6 Parte

Imám Gazáli (Rahmatulláhi Alaihi) escreve: “Um Álim que ama o mundo (e dá preferência ao mesmo sobre o Díne) é considerado, espiritualmente, mais baixo e inferior que um ignorante; será castigado no Ákhirah (vida futura) mais severamente. Bem sucedidos, na realidade, são aqueles Ulamá (Sábios) que adquirem a proximidade de Allah e preocupam-se com a vida de Ákhirah.

Existem algumas características distintivas deste tipo de Ulamá:

1. Não adquirir o dunya através do seu conhecimento de Díne: A primeira característica de um verdadeiro Álim (sábio) é a de ele nunca pretender adquirir ganhos mundanos através do seu conhecimento. Até mesmo os Ulamá de grau mais inferior têm a consciência que este dunya é amaldiçoado, imundo e temporario e que a vida futura é amplamente vasta, eterna e gloriosa, fora da nossa imaginação, cujas recompensas são absolutamente puras.

Além disso, qualquer verdadeiro Álim sabe que este mundo e a vida de Ákhirah são opostas uma à outra. Pode se dar o exemplo de duas mulheres casadas com um homem: quando uma é contentada, naturalmente, a outra fica desagradada.

Outro exemplo é o dos dois pratos da balança, quando um vai para baixo, o outro automaticamente sobe. Na verdade, a vida do mundo e a de Ákhirah são como os dois extremos, do este a oeste. Se aproxima-se do este, naturalmente esta cada vez mais longe do oeste.

E, sem dúvida, insensato é aquele que não é capaz de reconhecer que a vida mundana é inferior e impura, os seus prazeres são alcançados em troca de dificuldades e sacrifícios quer daqui do mundo como da vida futura. É um facto do conhecimento geral que, normalmente, os prazeres mundanos envolvem sacrifícios neste mundo e inevitável sofrimento na vida futura. Como será possível considerar Álim a uma pessoa com este tipo de mente insensata?

Além disso, a pessoa que não faz a mínima ideia da magnificência da vida futura e sua eterna durabilidade, jamais poderá ser um crente verdadeiro. Como será possível considerar este tipo de pessoa como Álim?

Se a pessoa, por não ser capaz de reconhecer que os dois mundos têm interesses opostos, tenta cobiçá-los juntamente, ele na realidade estará a cobiçar algo indesejável. Este tipo de pessoas, na realidade, desconhece o código de vida dos Ambiyá (Alaihimus Salám) de Allah.

E, se a pessoa, apesar de conhecer todos estes factos, der prioridade aos seus interesses mundanos, então é um escravo do Shaitán, arruinado pela luxúria e destinado a enfrentar um destino fatal. É óbvio que este tipo de alma perdida jamais poderá ser considerado entre os Ulamá (sábios).

O Profeta Daud (Alaihis Salám) conta: “Allah Ta’ala diz: Se um Álim (sábio) dá prioridade aos desejos mundanos acima do Meu amor, o mínimo que Eu faço é privá-lo da doçura da Minha comunhão (ele jamais alcança o gosto pela recordação de Allah e a doçura de O invocar).

Ó Daud! Não tenha nenhuma consideração por aquele Álim que está intoxicado pelo amor mundana, pois tal até poderá desviar-te do Meu amor. Tais pessoas são, na verdade, os verdadeiros saqueadores. Ó Daud! Se encontrares alguém que, realmente, procura o Meu contentamento, torna-te num escravo dele. Ó Daud! Se alguém vem ter comigo a correr, o seu nome é registado como Jahbaz (um homem sensato e prudente) e jamais posso castigar alguém que tenha sido registado como tal.”

Yahya Ibn Muáz (Rahmatulláhi Alaihi) diz: “Quando o conhecimento e a sabedoria são empregues com o intuito de alcançar vantagens mundanas, ficam privadas de brilho e glória.”

Saíd Ibn Musayyib (Rahmatulláhi Alaihi) diz: “Se verificarem algum Álim a associar-se sempre aos ricos, então considere a le como um ladrão.”

Sayyiduna Umar (Radiyalláhu An’hu) conta: “Se encontrarem algum Álim enamorado com os bens deste mundo, trate a ele como um incriminado em relação ao seu Díne, pois todos se ocupam naquilo que lhes é mais querido.”

Alguém perguntou a um Santo: “É possível que aquele que sente prazer no pecado, possa chegar ao grau de Árif de Allah (Conhecedor de Allah / individualidade piedosa abençoada com o reconhecimento Divino)?” Ele respondeu: “Posso afirmar, sem hesitação, que qualquer um que preferir o mundo sobre o Ákhirah (sem que cometa qualquer pecado) jamais poderá ser Árif. Pecar é ainda um mal maior.”

Também é importante salientar o facto que nenhum Álim poderá ser considerado como tal apenas pela sua rejeição dos bens mundanos, pois, além disso, deverá também não possuir hubb-e-jáh (ambição pela honra e estatuto mundane), pois, por vezes, este tipo de ambição é ainda mais prejudicial do que apenas a ambição pelos bens mundanos.

(Fazáil Sadaqát em Português / pág. 522 – 525)

 

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