Durante o período do seu khiláfah, Hazrat Muáwiyah (radhiyallahu an’hu) escreveu uma carta a Marwán bin Hakam – seu governador nomeado em Madinah Munawwarah – na qual o instruía para que ordenasse os habitantes de Madinah Munawwarah a fazer o bay’at (juramento de lealdade) a favor do seu filho, Yazíd bin Muáwiyah, que seria o khalifah depois dele. Hazrat Muáwiyah (radhiyallahu an’hu) não tinha conhecimento das acções incorrectas do seu filho, Yazíd, e, portanto, desejava o nomear como seu sucessor no khiláfah.
No entanto, Marwán não executou imediatamente essa instrução. Um homem sírio que estava em Madinah Munawwarah naquele momento perguntou a Marwán o motivo da sua demora em executar a instrução de Hazrat Muáwiyah (radhiyallahu an’hu). Marwán respondeu: “Estou a espera que Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu) venha primeiro e jure lealdade, pois ele é considerado o líder do povo e o mais nobre dentre as pessoas de Madinah Munawwarah. Se ele jurar lealdade a Yazíd, então o resto das pessoas o seguirá.”
O homem sírio retorquiu: “Por que não vou eu o buscar até si para que ele possa jurar lealdade?” Ele foi até a casa de Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu) e ordenou que ele fosse a Marwán e jurasse lealdade a Yazíd.
Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu) respondeu: “Podes regressar, eu irei e jurarei lealdade (se eu quiser).” O sírio ficou perturbado e respondeu furioso: “Deverás ir agora e jurar lealdade, ou então eu te decapitarei!”
Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu) respondeu: “Tu estás me a chamar para jurar lealdade àqueles contra quem eu lutei em nome do Islám.” Com essas palavras, ele referiu-se a si próprio por fazer parte dos primeiros companheiros de Nabi (Sallalláhu alayhi wassallam), graças ao qual ele compreendeu a quem era digno de jurar lealdade e a quem era não era, e sem dúvida, Yazíd não era digno de se jurar lealdade a seu favor.
O sírio voltou a Marwán e o informou sobre o que havia ocorrido, ao que Marwán o aconselhou a permanecer em silêncio e não informar as pessoas sobre o sucedido.
Hazrat Saíd (radhiyallahu an’hu) absteve-se de ir jurar lealdade a Yazíd, e, portanto, Marwán o deixou de fora e começou a fazer o bay’at das pessoas de Madinah Munawwarah, em nome de Yazíd.
Depois de algum tempo, a respeitada esposa de Raçulullah (Sallalláhu alayhi wassallam), Hazrat Umme Salamah (radhiyallahu an’ha), faleceu. Ela deixou um testamento no qual instruiu que o seu Saláh de Janázah fosse dirigido por Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu). Devido a este testamento, Marwán não avançou para dirigir o Saláh de Janázah.
Enquanto esperavam por Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu), o sírio perguntou a Marwán:
“Por que é que não avanças para dirigir o Saláh de Janázah?” Marwán respondeu: “Estou a espera da pessoa que tu pretendias decapitar (quando ele não quis se apresentar para jurar lealdade a Yazíd).” Disse Marwán em referência a Hazrat Saíd bin Zaid (radhiyallahu an’hu).
Ouvindo isso, o sírio percebeu a elevada posição de Hazrat Saíd (radhiyallahu an’hu) e
imediatamente recitou isstighfár, implorando o perdão de Allah Ta’ala pelo
erro que havia cometido contra Hazrat Saíd (radhiyallahu an’hu). (Taríkh Ibnu Assákir 21/88, Mustadrak #5853 e Al-Mu’jamul Kabír #345)