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O resultado desastroso de romper laços familiares – Fazáil Sadaqát – Série de Talím – 4 Parte

Sayyiduna Abdullah ibn Abi Aufá (Radiyalláhu An’hu) conta que uma vez, na noite do dia de Arafah, estávamos sentados na companhia de Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam). Ele disse: ‘Qualquer um que tenha rompido as relações com os seus familiares deve levantar-se e sair daqui!’

Um homem que estava sentado muito longe, levantou-se e foi-se embora. Depois de uns momentos, voltou e sentou-se de novo no agrupamento. Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) perguntou-lhe porque apenas ele tinha-se levantado depois daquilo que ele disse.

O homem explicou que após ouvir aquilo que Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) disse, foi ter com a sua tia que tinha rompido os laços com ele. Quando ela reparou no sobrinho perguntou muito admirada qual a razão de vir encontrar-se com ela, algo não habitual nele. Ele contou aquilo que Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) disse. Ela após ouvir aquilo, pediu Duá de perdão para ele, e ele também fez o mesmo a respeito dela e reconciliaram-se.

Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) estava bastante satisfeito depois de ouvir esta explicação e permitiu-lhe sentar na companhia dele e disse: “Allah Ta’ala não concede as Suas bênçãos sobre uma comunidade na qual há alguém com as relações rompidas com os seus familiares.”

Esta narrativa foi também relatada por Faquih Abul Laiç Samarqandi (Rahmatulláhi Alaihi), que diz que o corte de relações familiares é um pecado tão sério e grave que qualquer um que se sentar perto de alguém que tem as suas relações rompidas, este também ficará privado das bênçãos de Allah Ta’ala. Por conseguinte, é essencial para aquele que está envolvido neste tipo de pecado, pedir perdão e reconciliar-se com tais familiares.

Raçulullah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) disse que nenhuma acção, cuja recompensa é concedida tão rapidamente, é idêntica à reconciliação com os familiares; e nenhum pecado é maior do que cortar relações com os mesmos, cujas consequências sofrerá quer aqui no mundo como no Ákhirah.

Muitos incidentes testemunham que o castigo pelo corte das relações é sofrido até aqui na vida mundana e claro na vida de Ákhirah. Quanto aos culpados deste pecado sendo condenados ao Jahannam, isso é evidente no seguinte áyah:

وَالَّذِينَ يَنقُضُونَ عَهْدَ اللَّهِ مِن بَعْدِ مِيثَاقِهِ وَيَقْطَعُونَ مَا أَمَرَ اللَّهُ بِهِ أَن يُوصَلَ وَيُفْسِدُونَ فِي الْأَرْضِ ۙ أُولَٰئِكَ لَهُمُ اللَّعْنَةُ وَلَهُمْ سُوءُ الدَّارِ ‎﴿٢٥﴾‏

Quanto àqueles que quebram o seu compromisso com Allah Ta’ala depois do mesmo ter sido tornado obrigatório, e cortam as relações que Allah Ta’ala ordenou que fossem unidas, e causam corrupção na terra, esses terão a maldição e pior morada (ou seja, o Jahannam). (Sura Ra’d v. 25)

Faquih Abul Laiç Samarqandi (Rahmatulláhi Alaihi) relatou uma espantosa passagem relacionada com um homem muito piedoso, natural de Khurássan, mas residente em Makkah Mukarramah. As pessoas depositavam os seus bens com ele (devido à extrema confiança que tinham nele).

Um dia, alguém deixou ficar com ele dez mil Dináres (moedas de ouro) e viajou. Quando regressou, o homem com quem tinha deixado ficar a quantia tinha falecido. Ao averiguar com os familiares do falecido, viu que ninguém tinha conhecimento do depósito.

Como o montante depositado era enorme, o homem perguntou aos Ulamá de Makkah Mukarramah sobre o que ele poderia fazer. Eles informaram-no que aquele homem (o falecido) era um piedoso e que provavelmente estará no Jannah (Paraíso). O depositante deveria dirigir-se ao poço de Zamzam à meia-noite e chamar pelo nome do piedoso para lhe perguntar acerca da quantia.

O depositante repetiu este processo três noites consecutivas sem nenhuma resposta. Ele voltou novamente para os Ulamá de Makkah e informou-lhes do seu insucesso. Eles, surpreendidos, recitaram:

إنا لله وإنا إليه راجعون

“Inná lilláhi wa inná ilaihi rájiun.” Julgaram que talvez o homem não tivesse entrado no Jannah (Paraíso). Assim, ele foi aconselhado a visitar um outro local de nome ‘Barhut’, aonde encontraria um poço e no qual deveria gritar em voz alta.

Agindo desta maneira, ouviu uma resposta logo ao primeiro grito. A voz disse-lhe que o tesouro encontrava-se bem guardado e seguro, pois pela desconfiança que tinha a respeito dos filhos, tinha enterrado o tesouro num certo local da casa. Aquela voz pediu-lhe ainda que fosse ter com o filho e indicasse-lhe o tal sítio para que pudesse escavar o tesouro dele. Por conseguinte, o homem seguindo estas instruções conseguiu encontrar o tesouro.

Entretanto, ele admirado averiguou a razão de o falecido estar naquela situação apesar de ter levado uma vida piedosa. Foi-lhe explicado que o falecido tinha alguns familiares em Khurássan, com quem tinha quebrado os laços de familiaridade, vindo a falecer sem a devida reconciliação. Assim, hoje encontra-se suportando o castigo.

(Fazáil Sadaqát em Português / pág. 274 – 276)

 

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