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Os Jardins do Amor – 13ª Parte

A Morte numa Pandemia

Vamos comparar o Islám com um pomar que contém uma variedade de árvores de fruta, flores perfumadas e plantas benéficas. Em qualquer canto do pomar que a pessoa estiver, encontrará uma sombra para descansar, um aroma perfumado para se deliciar e um cenário para agradar os seus olhos. Mas, a condição para se beneficiar deste pomar é entrar nele com o coração aberto. Do mesmo modo, para se beneficiar das bênçãos do Islám, é necessário abraçá-lo e aceitá-lo de coração aberto.

Allah Ta’ála diz no sagrado Qur’án: “Ó Crentes! Entrem no Islám na totalidade.” (Surah Baqarah v.208) 

No versículo acima citado, Allah Ta’ála usa a palavra paz quando se refere ao Islám, indicando que o Islám é a única fonte de paz no mundo. 

O Islám também nos mostra como adquirir o bem-estar na vida após a morte, e até mesmo como beneficiar os outros no outro mundo.

Um dos meios para adquirir o bem-estar na vida após a morte para nós e para os outros  é a morte como um Chahíd (mártir). Os seguintes são alguns privilégios do mártir: todos os seus pecados são perdoados, é salvo dos castigos da sepultura, terá uma posição elevada, receberá grandes recompensas e ainda poderá levar 70 pessoas para o Jannah.

Embora o principal meio de adquirir martírio seja a morte no campo de batalha, existem outros meios como a morte numa praga (epidemia ou pandemia).

É relatado no Hadíce que aquele que perde a vida numa praga, morre como chahíd e todos os seus pecados são perdoados. Da mesma forma, é relatado também que aquele que perde a vida de morte natural durante uma praga também recebe o grau de mártir, na condição de que ele não fuja da praga e esteja satisfeito com o decreto de Allah Ta’ála. (Sahih Bukhári #3474)

Mas a condição para ganhar esse grau de chahíd é estar satisfeito com o decreto de Allah Ta’ála.

Durante o califado de Hazrat Umar (radhiyalláhu an’hu), Shám foi afligida por uma praga de nome Amwás. Hazrat Abu Ubaidah (radhiyalláhu an’hu), que era amír dos muçulmanos em Shám proferiu um sermão onde disse: “Ó povo! Esta praga é uma misericórdia para vós! É o duá do vosso Profeta (sallalláhu alaihi wassallam) e o meio de morte dos piedosos antes de vós. Na verdade, eu rogo a Allah Ta’ála para me conceder uma porção desta praga.”

Depois disso, Hazrat Abu Ubaidah (radhiyalláhu an’hu) foi atingido pela praga e acabou por falecer deixando Hazrat Muáz bin Jabal (radhiyalláhu an’hu) como seu sucessor. Hazrat Muáz bin Jabal (radhiyalláhu an’hu) também proferiu um sermão e disse o mesmo que Hazrat Abu Ubaidah (radhiyalláhu an’hu) havia dito.

É relatado que quando Hazrat Muáz (radhiyalláhu an’hu) regressou do masjid, encontrou o seu filho afligido com a praga. Ele cuidou do filho que veio a perder a vida. Pouco tempo depois, algumas feridas apareceram na mão de Hazrat Muáz (radhiyalláhu an’hu), que eram sinais da praga. Ele olhou para a sua mão com alegria e disse: “Não aceito trocar isso, por todos os tesouros do mundo.” Mais tarde, Hazrat Muáz (radhiyalláhu an’hu) também veio a falecer. (Kashful Astár #3042,  Bidáyah wan Niháyah 10/43)

Hazrat Thánwi (rahimahulláh) mencionou os seguintes seis pontos para aqueles que sofrem de qualquer dificuldade:

  1. Deve-se ter sabr (paciência) face a dificuldade. Raçulullah (sallalláhu alaihi wassallam) disse: “Se um crente é agraciado com condições favoráveis e ele é grato, isso é bom para ele, e se ele é confrontado com dificuldades e é paciente, isso é bom para ele.” (Sahíh Muslim #2999)
  2. Não se deve perder a esperança na misericórdia de Allah Ta’ála. Só um káfir perde esperança por não acreditar em taqdír. As pessoas com verdadeiro Imán nunca perdem esperança e estão sempre satisfeitos com a decisão de Allah Ta’ála.
  3. A dificuldade não deve tornar a pessoa negligente no preenchimento das obrigações para com Allah Ta’ála (por exemplo: o Salát no masjid,etc)  e para com as criaturas (ex.: visitar os doentes, participar nos funerais, etc.)
  4. Deve-se fazer Duá e empregar os meios necessários para eliminar o problema. No entanto, a nossa confiança deve estar em Allah Ta’ála e não nos meios. Se fizermos duá, Allah Ta’ála colocará barkat nos meios.
  5. Deve-se fazer Isstighfár e implorar o perdão a Allah Ta’ála.
  6. Deve-se considerar a dificulade do irmão muçulmano como sua própria dificuldade, fazendo duá para ele e ajudando-o com os mesmos meios que utiliziriamos para nós próprios. Raçulullah (sallalláhu alaihi wassallam) disse: “Nenhum de vós tem  verdadeiro Imán até que ame para o seu irmão o que ama para si próprio.” (Sahih Bukhári #13)

(Malfuzát Hakímul Ummat 23/174)

Rogamos a Allah Ta’ála que nos conceda a percepção correcta do dine. Amin

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