Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu), por quem todos os muçulmanos se orgulham e de quem os descrentes ainda o receiam, era o mais duro na oposição a Raçulullah (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam) e muito proeminente na perseguição dos muçulmanos antes de abraçar o Islám.
Um dia, Quraish, numa reunião convocada para a escolha de um voluntário para assassinar a Raçulullah (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam), Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) ofereceu-se para esta missão, a qual todos exclamaram: “Certamente, tu podes fazê-lo, Umar.”
Com a espada presa à cintura, saiu diretamente para a sua sinistra missão. No seu percurso, encontrou-se com Sa’d Ibn Abi Waqqás (Radiyalláhu An’hu) do clã Zuhrah (de acordo com alguns narradores, ele encontrou-se com um outro Sahábi).
Sa’d (Radiyalláhu An’hu) disse: “Onde vais, Umar?”, ao que este respondeu: “Vou aniquilar Muhammad (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam).” Hazrat Sa’d (Radiyalláhu An’hu) disse: “Mas tu não vês que Banu Hashim, Banu Zuhrah, Banu Manaf, provavelmente matar-te-ão em represália?” Umar (Radiyalláhu An’hu), exaltado perante este aviso, disse: “Parece que tu também renunciaste a religião dos teus antepassados. Deixa-me ajustar contigo primeiro.”
Aí, Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) puxou pela espada e Hazrat Sa’d (Radiyalláhu An’hu), proclamando oficialmente o seu Islám, também puxou pela sua espada. Estavam prestes a começar o duelo quando Hazrat Sa’d (Radiyalláhu An’hu) disse: “Seria melhor primeiro colocares a tua própria casa em ordem. A tua irmã e o teu cunhado, ambos aceitaram o Islám.”
Ouvindo isto, Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) lançou-se enraivecido, dirigindo os seus passos em direção à casa da sua irmã. A porta da casa estava fechada por dentro, marido e mulher encontravam-se a recitar as lições do Sagrado Qur’an com Hazrat Khabbáb (Radiyalláhu An’hu). Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) bateu à porta e gritou à irmã para que abrisse a porta. Khabbáb (Radiyalláhu An’hu), ouvindo a voz de Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) refugiou-se no quarto interior e esqueceu-se de levar consigo as folhas do Sagrado Qur’an.
Quando a irmã lhe abriu a porta, Umar (Radiyalláhu An’hu) bateu de imediato na cabeça da irmã e disse: “Ó inimiga de ti mesma! Tu também renunciaste a tua religião?” A cabeça dela começou a sangrar. Ele entrou e perguntou: “O que estavam a fazer? Quem era o estranho cuja voz ouvi de fora?” O seu cunhado respondeu: “Nós estávamos a conversar.”
Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) disse: “Também tu renunciaste a crença dos teus antepassados e foste para a nova religião?” O cunhado respondeu: “E se a nova religião for melhor e verdadeira?” Umar (Radiyalláhu An’hu) aproximou-se com raiva e atirou-se sobre ele, puxando-lhe pela barba e agredindo-o barbaramente.
Quando a irmã interveio, ele esbofeteou-a violentamente na face e ela começou a sangrar profusamente. Apesar de tudo, ela era a irmã de Umar (Radiyalláhu An’hu). Ela explodiu dizendo: “Umar, tu estás a bater-me só por termo-nos tornado muçulmanos, pois escuta! Nós estamos decididos a morrer como muçulmanos. És livre de fazer o que bem entenderes.”
Quando Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) acalmou, sentiu-se envergonhado de ver a sua irmã a sangrar e os seus olhos caíram sobre as folhas do Qur’an deixadas por Hazrat Khabbáb (Radiyalláhu An’hu). Retorquiu dizendo: “Está bem, mostra-me estas folhas. O que é isso?”
“Não” – disse a irmã – “Tu estás impuro e nenhuma pessoa impura pode tocar na Escritura.” Apesar da sua insistência, a irmã estava decidida a não deixar tocar nas folhas, a não ser que ele lavasse o corpo primeiro. Por fim, Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) concordou, e depois de se lavar, começou a ler as folhas. Era o Surah “Tá-há”. Começou a ler do início do Surah e era completamente um outro homem quando chegou ao seguinte versículo:
إِنَّنِىٓ أَنَا ٱللَّهُ لَآ إِلَٰهَ إِلَّآ أَنَا۠ فَٱعْبُدْنِى وَأَقِمِ ٱلصَّلَوٰةَ لِذِكْرِىٓ ﴿١٤﴾
“Eu, sem dúvida, sou Allah, Não há ninguém digno de ser adorado a não ser Eu. Então, adorai-Me e estabelecei o saláh para a Minha recordação.” (Surah Tá-há, versículo 16)
Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) disse: “Está bem, levem-me à presença de Muhammad (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam).” Ouvindo isso, Hazrat Khabbáb (Radiyalláhu An’hu) saiu do interior e disse: “Ó Umar! Boas notícias para ti. Ontem (noite de Sexta-feira), Raçulullah (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam) orou a Allah dizendo: “Ó Allah, fortalece o Islám com um deles, Umar ou Abu Jahal, aquele que te agradar.” Parece que a oração foi aceite a teu favor.”
Então, Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) foi apresentado ao Profeta de Allah (Sallalláhu Alaihi Wa Sallam) e aceitou o Islám na manhã de Sexta-feira.
A conversão de Umar (Radiyalláhu An’hu) foi um terrível golpe à moral dos descrentes, mas o número de muçulmanos ainda era muito pequeno e a nação inteira estava contra eles. Os descrentes intensificaram os esforços para a completa destruição dos muçulmanos e consequente extinção do Islám.
Com Hazrat Umar (Radiyalláhu An’hu) ao lado deles, os muçulmanos começaram a praticar os salátes no Haram.
Sayyiduna Abdullah Ibn Mas’ud (Radiyalláhu An’hu) diz: “A conversão de Umar ao Islám foi um grande triunfo, a sua emigração para Madinah Munawwarah foi um tremendo reforço e o seu acesso ao califado uma grande bênção para os muçulmanos.” (Fazáil A’mál pg. 30 – 34)